terça-feira, 6 de novembro de 2012

A súplica de um batalhador


Olho para o céu e mais uma vez não vejo o que preciso.
Rogo, clamo, suplico, mas não tenho resposta.
Sede, fome, calor e sono. Não sei mais se vou poder aguentar.
Há muita gente que aqui aparece, mas depois some.
Me alimentam de promessas, me iludem com um pouco de esperança.
Não sei como Deus suporta tanta ganância,
Deixando os pobres sem um prato para comer
Os pés rachados, o corpo cansado de tanta desilusão.
Espero que minhas preces não tenham falhado e eu tenha que deixar meu chão.
Minha terra seca e quente, mas tudo aqui eu posso chamar de meu.
O gado sofrido, o solo partido e as folhas todas ao chão.
Os olhos cansados, um velho desesperado sem saber o que fazer.
Há muito tenho clamado, mas a chuva não vai aparecer.
O Governo calado, me sinto humilhado, sem ter o que comer.
Mas, de repente, não sei o porquê, sinto o chão molhado...
Agora sim, sim, sim... começou a chover.
Com os olhos fechados tinha clamado e Ele ouvia minhas orações,
Com um coração encharcado de tantas emoções, vou seguir aliviado,
Cuidando de meu gado, da minha plantação,
Pois hoje sei que o Senhor tem de mim cuidado e não devo desistir.
Esta noite vou dormir renovado, com o coração alegrado de tanta animação.
E pode saber que amanhã trabalharei dobrado, pois sou homem do sertão.
Não tenho livros ou dinheiro guardado, mas construo o meu futuro com uma enxada na mão!

Wl

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