Olho
para o céu e mais uma vez não vejo o que preciso.
Rogo,
clamo, suplico, mas não tenho resposta.
Sede,
fome, calor e sono. Não sei mais se vou poder aguentar.
Há
muita gente que aqui aparece, mas depois some.
Me
alimentam de promessas, me iludem com um pouco de esperança.
Não
sei como Deus suporta tanta ganância,
Deixando
os pobres sem um prato para comer
Os
pés rachados, o corpo cansado de tanta desilusão.
Espero
que minhas preces não tenham falhado e eu tenha que deixar meu chão.
Minha
terra seca e quente, mas tudo aqui eu posso chamar de meu.
O
gado sofrido, o solo partido e as folhas todas ao chão.
Os
olhos cansados, um velho desesperado sem saber o que fazer.
Há
muito tenho clamado, mas a chuva não vai aparecer.
O
Governo calado, me sinto humilhado, sem ter o que comer.
Mas,
de repente, não sei o porquê, sinto o chão molhado...
Agora
sim, sim, sim... começou a chover.
Com
os olhos fechados tinha clamado e Ele ouvia minhas orações,
Com
um coração encharcado de tantas emoções, vou seguir aliviado,
Cuidando de meu gado, da minha plantação,
Pois
hoje sei que o Senhor tem de mim cuidado e não devo desistir.
Esta
noite vou dormir renovado, com o coração alegrado de tanta animação.
E
pode saber que amanhã trabalharei dobrado, pois sou homem do sertão.
Não
tenho livros ou dinheiro guardado, mas construo o meu futuro com uma enxada na
mão!
Wl
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